Várias vezes me perguntaram: “Como esquecer um amor?”
E eu sempre respondo: “Esquecer alguém é complexo e exige tempo.”
E por isso vamos falar de amores.
Nós, seres humanos, fomos criados para achar que nossa felicidade está na mão dos outros, na mão dos companheiros e companheiras que teremos durante a vida, nunca fomos alertados que isso não é seguro e muito menos eficaz.
Deixar a sua felicidade na mão de outra pessoa é o mesmo que deixar sua vida ser controlada por outra pessoa e você ficar na arquibancada torcendo para que tudo dê certo.
“Ah, só vou ser feliz com ela/ele.”
“Eu não vivo sem ela/ele.”
“Vou morrer se ela/ele me deixar.”
Não vai morrer, coisa nenhuma.
Pare de pôr a SUA felicidade na mão dos outros. PA-RE!
Fácil falar, né, Alice, quero ver você fazer.
Se você me acompanha e lê meus textos aqui do blog, sabe o quanto eu falo sobre amor próprio. Não egoísmo, amor próprio. Amar-se não é pecado, colocar-se em primeiro lugar não é errado, é difícil, mas não é errado e você precisa começar a praticar isso.
No meu primeiro namoro com mulher eu demorei para ver que eu estava em uma relação falida, queria continuar de qualquer jeito, casar, morar junto, ter uma vida, mas felizmente eu me perguntei se eu estava naquele namoro porque ele era um namoro saudável ou eu estava naquele namoro porque não queria ficar sozinha. Eu me perguntei se eu estava feliz com aquela relação ou se eu estava esperando um milagre, estava esperando a outra me dar a felicidade que eu queria, mas ela não podia dar. Enfim, caÍ na real, vi que não estava feliz e não estava fazendo a namorada feliz.
Aprendi da pior maneira a ter amor próprio, que é se submetendo ao que os outros queriam e me anulando. Vivi assim por vinte e dois anos e me arrependo de ninguém ter me falado que amor próprio é um remédio que tem que ser tomado todo dia.
E como esquecer um amor?
Amando novamente.
Simples assim.
Seja se amando ou se abrindo para novas oportunidades.
Gosto mais da primeira opção, pois para recomeçar precisa-se de paz. Paz de espírito, paz na alma. Recolher os pedaços do coração é muito mais intenso do que varrer e catar com a pá. É a tentativa frustrante de tentar colar os pedaços, de se reerguer de um golpe duro de karatê…
Mesmo se tivermos todos os cuidados do mundo, o vaso quebrado nunca mais será o mesmo, você não será a mesma depois de uma decepção amorosa. Você será mais forte, por mais que não pareça. Será mais esperta, por mais que não se sinta. Será muito melhor, por mais que hoje lhe doa.
Concertar-se é uma arte. Concerto com “C” e não com “S”, pois em um dos significados da palavra concerto, podemos ver a explicação de arrumação e ordem. E é disso que você precisa.
Como?
Tirando o melhor proveito desse tempo sozinha, se reencontrar, reconectar-se consigo mesma, se alinhar e dar tempo ao tempo.
Dói?
Ô, se dói!
Mas vai passar.
Ter amor próprio é uma construção diária que venho fazendo desde o dia que beijei a primeira mulher da minha vida. Essa construção é como uma casa que você constrói ao seu redor e não para se isolar, mas, sim, se proteger. Quem tem amor próprio tem uma fortaleza ao seu redor. Quem sabe se amar, sabe seguir em frente com mais facilidade. Por quê? Porque você terá uma amiga em quem confiar, você mesma.
A capacidade de se recuperar de um fim de relacionamento é individual e intransferível, não vou conseguir te consertar e te ajudar, se você não tem o mesmo desejo. Vejo que muitas pessoas deixam a felicidade por conta do outro. Lembre-se, hoje e sempre, VOCÊ faz a sua felicidade. VO-CÊ!
Perder um amor, terminar um relacionamento é dolorido e o tempo é a melhor maneira de se curar definitivamente. Não se feche, não se isole, não ache que é o fim do mundo, pois isso não vai te levar à nada. Recupere-se todo dia um pouco, cole os pedacinhos do coração partido devagar, pois curar-se de um amor é a cura mais demorada que temos. É a cura mais dolorida, mas é essa cura que nos fortalece.
Lembre-se, mais uma vez, você é quem faz sua felicidade, não deixe essa responsabilidade na mão de qualquer um/uma. Amar-se é o melhor remédio para a amargura da vida e suas dores.
Um abraço,
Alice Reis